As muitas e variáveis aplicações do Feedback
Poderíamos iniciar comentando sobre a sua importância nos primórdios da civilização quando o procedimentos de “tentativa e erro” nos permitia, por meio do feedback das ações e resultados, chegar à solução plausível, naquele momento, para uma dificuldade. Mas, no processo de evolução, o desenvolvimento dos meios e da tecnologia na comunicação nos permite um largo espectro de possibilidades. Por exemplo:
- “não há desenvolvimento sem feedback”, confirmando que precisamos frequentemente da informação externa para evitar desvios desnecessários. Tem até um pensamento que diz que: os outros, por vezes, nos conhecem melhor.
- “quando não temos respostas normalmente criamos respostas contaminadas por circunstancia desfavoráveis”. Por exemplo, o telefonema às 3h da madrugada. Pode ser engano? Não podemos permitir que as pessoas alimentem ansiedade por falta de informação. É fator de saúde mental!
- “oferecer o feedback não é opção, é obrigação do exercício da liderança”. Sim, não escolho se devo ou não dar o feedback. É responsabilidade que não pode ser delegada às consequências tardias. Não podemos esperar que “a vida mostre”. Afinal, para que serve a gestão do líder?
Como revela o título podemos falar sobre inúmeras aplicações essenciais do feedback, mas queremos enfatizar uma dessas aplicações que não é muito comentada.
Estamos nos referindo à BÚSSOLA que o feedback nos permite na COMUNICAÇÃO ORAL. Isto é, no diálogo com a equipe, no contato com superiores hierárquicos e, principalmente, na comunicação com grandes públicos como em aulas e palestras.
Estamos nos referindo ao MONITORAMENTO constante da reação do público às abordagens e ênfases do “discurso”. E é importante deixar claro que isso se aplica aos eventos presenciais e online. Sim, é perfeitamente possível fazer=se o monitoramento da reação do público por meio da comunicação online. Aliás funciona muito bem no contato entre duas pessoas. Por exemplo na aplicação do feedback à um membro da equipe.
Estamos nos referindo às reações motoras, que são respostas às reações emocionais. Não é difícil perceber esses movimentos. Quase sempre sabemos o que pode significar. E quando temos dúvidas podemos perguntar. Por exemplo: “o que estamos falando tem lógica?”. Sempre podemos confirmar.
No evento presencial a postura de quem esta na plateia, a forma como reagem a um comentário mais irônico ou de humor, e a expectativa de interromper para tirar uma dúvida são sinais importantes para monitorar a atenção e o interesse na apresentação. Só pedimos cuidado com o humor. Ele é indispensável, pela leveza que coloca no ambiente e pela “chacoalhada” no grupo. Sim indispensável, mas perigoso. Algumas pessoas não tem muita habilidade nessa área e já presencie muitos tropeções. Então calma e deixe o fato ocorrer com naturalidade.
Evidente que temos enorme responsabilidade quanto à qualidade do conteúdo e a forma de “conversação” com o público é fundamental. A postura de distanciamento do professor / palestrante (especialista notório) pode afastar fortemente o público, mesmo que o currículo seja formidável. Afinal o que importa é a prática, do “aqui e agora”. Deve existir um esforço de nivelamento com o público, mesmo que exija esforço. Esse é o papel do educador.
Então recorrer à prática de consultar alguns dos participantes a darem opinião sobre o que está sendo exposto é uma grande estratégia. Até porque o grupo se preocupa: “serei o próximo”? Mas não façam consultas abertas como, por exemplo: “Alguém tem dúvida”? Nunca dá certo!
Quase sempre o conteúdo técnico tem que ser debatido sobre uma questão prática, isto é, em que ambiente foi aplicado e com quais resultados. Importante salientar as dificuldades e as limitações. Nenhum conhecimento, novo ou antigo, é infalível em todas as situações. Isso é determinante na atenção do publico, Isto é, que cuidados devemos ter na aplicação desse novo conhecimento. Por isso quem vai apresenta-lo precisa fazer referencia aos erros que também cometeu. Isso vai aproxima-los dos “mortais” que estão na plateia.
Essa observação aplica-se, com mais ênfase, na comunicação online. Câmera aberta ou fechada não importa (as vezes pode ser problema de conexão), mas é importante fazer utilizar as mesmas estratégias (com algumas adaptações) para os que estão presente e normalmente sempre iniciar as perguntas com os que estão com as câmeras abertas.
Perguntas do tipo: Vc já passou por algo parecido com isso? Acredita que essa estratégia pode dar resultado? Em sua opinião, o que pode dar errado nessa ação? Em suma, utilize a experiência dele, afinal não é uma ação de Pedagogia, mas de Andragogia. A resposta pode até ser insuficiente, mas é fantástica para manter a dinâmica do relacionamento online.
Apresentar quadros ou gráficos na apresentação online é, com frequência, necessário, mas retire-o logo da tela para não prejudicar a “relação visual” orador e plateia. O contato visual ganha enorme importância com a redução do contato pessoal do presencial.
Utilize o “chat” para que possam dar respostas às enquetes (sempre muito curtas) que se possa apresentar. Apresente a questão e as opções. Explique com cuidado e defina um prazo (curto, isto é, 5 minutos, por exemplo) para serem dadas as respostas e continue a sua apresentação. Evidente será importante ter alguém que assessore essa parte de tabulação das respostas. Nunca há necessidade de um grande volume de respostas. Pequenas quantidades nos permitem ter um admirável cenário de comentários sobre elas. Afinal parte da população tem essa opinião e, portanto, devem estar interessados na análise.
Já perceberam que essas estratégias, tantos nas apresentações presenciais como online, são inequivocamente FEEDBACK?
E aqui com um objetivo que muito poucos utilizam. Feedback para NÓS!!!
Lógico, precisamos muito disso.
Finalizando, por hoje, precisamos salientar a enorme importância do Feedback nos resultados derivados da ação da Inteligência Artificial. Ela pode nos ajudar fantasticamente na eliminação de algumas etapas de aprofundamento do tema, mas, exatamente por isso, pode nos fazer perder algumas etapas importantes para uma identificação muito particular de nossa visão e da nossa infinita possibilidade de vislumbrar novas possibilidades. Aliás, essa mesma visão que criou a I.A.
A criação da I.A. é fruto da experiência humana. Da sua experiência e da sua possibilidade de sair desse mundo pelas próprias pernas, isto é, imaginação!!!
Poderíamos comentar mais tópicos sobre isso, mas também sabemos que textos longos nos cansam, hahaha. Então ficamos por aqui prometendo voltar para explorar mais essa e outras aplicação do feedback.
Bernardo Leite