Breve comentário sobre processos depressivos

Sem dúvida um tema complexo, e importante para a saúde e equilíbrio mental de todos nós e por isso, consideramos importante estar também aqui, em local onde a prioridade é a espiritualidade. Mas, principalmente por isso teremos que trata-lo de forma abrangente como o tema merece.

Dando início aos comentários precisamos salientar os diferentes níveis de comprometimento da manifestação dos processos depressivos, seus diferentes graus de profundidade.

Por exemplo, é normal ficarmos ansiosos na expectativa de algo importante? Sem dúvida. Perfeitamente normal e até se diz que esse sentimento nos permite maior concentração no que se vai fazer. A ansiedade é uma preocupação em relação a uma ação no futuro.

Uma dificuldade pode se iniciar quando essa preocupação não é provocada por fato determinado e, em vez de nos preparar para novas situações, passam a nos impedir de realizar tarefas cotidianas. Isto é, passa a interferir em nossas ações.

Diferentemente da ansiedade em relação ao futuro a angústia é, também, um fator de preocupação e refere-se a uma preocupação relacionada à nossa situação no presente. E esse sentimento de angústia pode nos provocar questionamentos, preocupações e dúvidas, mas também pode nos remeter às revisões e mudanças em nossa vida, possibilitando desenvolvimento.

Então são sentimentos comuns com os quais nos defrontamos frequentemente. O problema está seu excesso que poderá nos conduzir ao imobilismo e falta de alternativas comprometendo nossa saúde mental. Mais uma vez, portanto, a questão da “dose”.

Em outras situações somos “invadidos” por alguns “gatilhos” que nos provocam sofrimento e suas consequências. Um exemplo desses gatilhos refere-se às perdas que enfrentamos, provocando o luto. O luto se desenvolve em cinco fases: 1- negação / 2- raiva / 3- barganha / 4- depressão e 5- aceitação (conf. Elisabeth Kubler-Ross).

Passar pelas fases é natural e saudável, fixar-se indefinidamente em qualquer uma delas é disfuncional. E vale destacar que luto não ocorre apenas por falecimento de entes queridos.

Luto é um conjunto de emoções e reações comportamentais

à perda impactante.

Na nossa vida enfrentamos perdas com relativa frequência como nas situações de doença em que experimentamos limitações e perda de autonomia, nas questões profissionais com demissões e perda de status, nos relacionamentos em formas de divórcios e outras separações, etc. Apenas para reforçar o cotidiano das situações de perda, a fase de retirada da chupeta de uma criança é um exemplo. Mas precisamos lembrar que algumas perdas são importantes para o desenvolvimento no fechamento e aberturas de ciclos de evolução. Fatores fundamentais.

Então a dose, isto é, o nível de comprometimento, é um ponto importante na definição de um processo depressivo que começa a se tornar uma séria preocupação quando não conseguimos “escapar” dele. Nesse momento então se configura realmente como uma doença.

Não tenham dúvida, não é pieguice, fingimento ou algo semelhante. É questão muito séria que pode até levar ao suicídio. As formas de manifestação do processo depressivo (ou transtorno depressivo) também são abrangentes podendo ser definidas como: Depressão (propriamente dita), a Síndrome do Pânico, a Distimia, transtorno bipolar, o Burnout e outras manifestações, algumas mais recentes.

Mas o ponto que consideramos fundamental comentar refere-se às suas causas. Reforçamos que os processos depressivos são multifatoriais. São muitas as causas e motivos para o seu surgimento e que sempre se somam e interagem entre si, dificultando a ação terapêutica.

Mas vamos iniciar pela causa mais comum que é o motivo fisiológico.

Nosso organismo mantém inúmeras glândulas que são verdadeiros “laboratórios químicos”, que processam e secretam hormônios para a regulação do nosso metabolismo. Para esse tema vale destacar algumas dessas glândulas como: Hipófase (pituitária) / Tireoide / Pineal (epífise e conhecida como o 3º. Olho), dentre muitas outras.

Esse sistema endócrino pode sofrer desequilíbrios diversos provocando forte alteração no metabolismo hormonal, resultando em mudanças no comportamento humano causando vários efeitos como as síndromes depressivas. Até efeitos colaterais de alguns medicamentos podem provocar esse desajuste. Fatores genéticos também são previstos como importante fator de predisposição e causa.

Outras áreas que sofrem esse desajuste referem-se ao nível energético do nosso metabolismo (vide chacras). Esta é outra fonte importante de energia. Esta área pode ser equilibrada por meio da ação de terapias de magnetismo humano como: Reiki, Shiatsu, Johrei, etc. Mas, sem dúvida a terapêutica medicamentosa, inclusive alopática, é determinante para o controle e remissão dos sintomas, por mais que se utilizem formas alternativas de terapia.

Como outra causa importante (e complementar) temos o motivo psicológico e situacional.

São fatores também abrangentes como os traumas relacionados ao desenvolvimento pessoal em geral: bullying / importunação e abuso sexual / assédio / comparações negativas ou descrédito por parte da família ou escola / falta de atenção (e de incentivo) / vícios e drogas e muitos outros. Esses fatores frequentemente causam o que chamamos de “crenças limitantes” que, por sua vez, nos impõe impossibilidades irracionais e dificuldades na reação a esses limites auto impostos.

Esses são fatores de enorme efeito na adequação psicológica e pode vir a ser um importante “gatilho” nos traumas e complexos que carregamos. Sempre reforço a afirmação de Jung que “não temos complexos, eles nos têm”, tal a sua influência em nosso estado emocional.

A pressão da sociedade, principalmente na questão profissional e material, também nos impõe condições que nos conduzem, inadvertidamente, no caminho da baixa autoestima e da depressão. Até mesmo a dificuldade de falar não é um problema para a saúde mental.

A própria necessidade criada pela competição e vaidade derivada da quantidade de “likes” conseguidos, provoca forte ansiedade. e é outro fator de pressão e compensação pela ausência de maior e melhor qualidade nas relações pessoais.

Relacionamento pessoal é combustível de salvaguarda psicológica.

Em suma, as questões psicossociais são fatores coadjuvantes e, por vezes, quando não tratadas adequadamente, tornam-se predisponentes dos sintomas dos processos depressivos.

Complementando essas causas destacamos os motivos de base espiritual que mantem extrema inter-relação com as outras causas. Estamos nos referindo às questões relacionadas à espiritualidade (de qualquer religião). Hoje em dia esses fatores são fortemente relacionados à energia e suas consequências e já são alvo da análise cientifica (vide Neuroendocrinology Letters). Mas, fica claro que algumas explicações precisam ser analisadas sem preconceito.

Há situações, sentimentos e preocupações que nos acompanham de forma muito intensa sem que possamos entender as suas origens. Evidentemente que não podemos desconsiderar a influencia hormonal e psicossocial, mas há fortes razões para que a espiritualidade exerça sua parte de influência.

Do ponto de vista da espiritualidade alguns fatores de processos depressivos podem ocorrer pela nossa dificuldade na aceitação das condições previstas no planejamento reencarnatório. Por exemplo, a dificuldade em aceitar restrições, limitações e obstáculos em nossos caminhos, que, definitivamente, buscam provocar mudanças de posturas para nossa própria evolução (objetivo de toda reencarnação). Nessa situação podem-se abranger dificuldades de inúmeros tipos como: condição social, autoimagem, problemas de saúde, obstáculos e etc.

Quando da realização do planejamento reencarnatório, há uma expectativa de enfrentamento de questões importantes para valorizar a reencarnação que se inicia. Ao reencarnar, porém, em razão do esquecimento dos fatos anteriores, afloram sentimento de revolta e injustiça, por exemplo.

Dessa forma pode ocorrer o surgimento de sentimentos difusos e sem razão, mas de efeito consistente como o remorso e culpas indefinidas e sem razão clara, mas sentidas como muito reais. No livro Nos Domínios da Mediunidade, André Luiz expõe que “perturbações internas como ódio, vingança, revolta, desesperanças podem imobilizar-nos por tempo indefinido quando nos afastamos do progresso com a prática do bem”. Que pode nos levar a sentimentos de depressão e desalento.

Inevitável concluir que esse estado de ânimo faz rebaixar, sensivelmente, a vibração energética dessas pessoas tornando-os suscetíveis a ataques de obsessores, sempre à espreita dessas oportunidades. A ação de obsessores pode provocar sintomas de processos depressivos, mas não é comum que seja uma causa significativa de processos depressivos importantes. Funciona como elemento catalizador em contribuição com outras causas.

Mas sempre há ações de enfrentamento, seja para você que está passando pela situação ou para você aproveitar a oportunidade de apoiar quem esteja passando pela situação.

Ajuda: é o primeiro passo. Aceitar que o assunto é sério e precisa de ajuda. Muito cuidado para quem está de fora. Não minimize a dificuldade do outro. Procure caminhar junto, sem pressionar e sem julgar. Ter paciência é uma conduta milagrosa. Apoio médico (medicação), psicólogo, e carinho, muito carinho. E lembre-se: é preciso exercitar o AUTO PERDÃO. Sempre teremos novas chances de retomar novos caminhos.

Movimentação: Vamos evitar o isolamento. Esse é um grande desafio, mas precisamos caminhar nesse sentido, pois é uma atitude de enorme importância. Aproveite para identificar ações em que a pessoa possa ser útil (essa é uma grande estratégia) e possa colaborar de alguma forma. VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO é uma certeza importante para todos.

Mudar a rotina: Também é difícil, mas, gradativamente, podem-se criar alternativas nesse sentido, inclusive no que se refere a atitudes. Manter alimentação e higiene é fundamental.

Mas reforçamos que essas exposições são teóricas. A sensação é individual. Nunca vou conseguir entender o sentimento e o sofrimento de cada um.

E complementarmente, uma mensagem:

Solidão não é a falta de gente para conversar, passear, namorar ou fazer sexo……isto é carência. Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar… isto é saudades. Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe às vezes para realinhar os pensamentos……isto é equilíbrio. Tampouco é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente, para que revejamos a nossa vida… isto é um princípio da natureza. Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado … isto é circunstância. Solidão é muito mais que isto… Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma. Francisco Cândido Xavier

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